segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O foco é o samba

Leci durante desfile da Acadêmicos do Tatuapé

A cultura brasileira é rica em manifestações populares de rara criatividade e beleza. Todo ano, uma gama ampla e diversa de celebrações são revividas e ritualizadas, promovendo o diálogo entre o sagrado e o profano, entre valores mercantis e afetivos (por que não?) e entre pessoas de diversos segmentos sociais.
As festas não resolvem os conflitos, não eliminam as diferenças de classes, de raça e de gênero. Em alguns aspectos elas refletem e até ressaltam tais diferenças. O Carnaval, que envolve o maior número de pessoas em todo o país, já foi, em diversos momentos, espaço e lugar de demarcação de territórios de classes e de etnia. A fundação do bloco Ilê Aiyê, em Salvador (BA), exemplifica bem o que estamos falando. Contudo, o Carnaval permite construir um momento/espaço de integração, daí sua popularidade.
De todas as expressões carnavalescas, a que mais se destaca é o desfile das escolas de samba. Praticamente todas as capitais do país têm esse tipo de manifestação, que desde 1932 é marcada pela disputa. Por causa dessa competição, inúmeros incidentes já ocorreram. Lembro de quando o saudoso Carlos Dória, ex-presidente da Mangueira, rasgou as notas durante apuração no Maracanãzinho.
Na última semana, a apuração dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo ganhou repercussão na imprensa e nas redes sociais. Um integrante de uma das agremiações rasgou as notas dos jurados e representantes de outras escolas depredaram patrimônio público.  Os meios de comunicação que fizeram a cobertura dos acontecimentos, em vez de apurar e relatar os fatos, estão criando hipóteses e induzindo a suposições que só o tempo dirá a que servem.
Obviamente os responsáveis pela destruição do patrimônio público deverão ser punidos. No entanto, cabe à Liga das Escolas de Samba de São Paulo _ entidade organizada, cujo estatuto deve ser respeitado _, a apuração dos acontecimentos e a aplicação de penalidades às escolas infratoras. Afinal, a Liga é a maior interessada em punir e deve usar o episódio como exemplo para coibir ações desse tipo. Quanto ao vandalismo que aconteceu fora do sambódromo, não pode ser creditado aos sambistas.
O Carnaval de São Paulo passou por um crescimento nos últimos 10 anos graças aos esforços de quem faz o samba nas quadras o ano inteiro e à união e à organização das escolas por meio da Liga. O episódio lamentável que aconteceu na apuração foi um fato isolado, que não pode tirar o brilho dos desfiles feitos pelas escolas e não reflete o universo do samba e das comunidades que têm nas escolas seus espaços de expressão.
Parabéns à Mocidade Alegre, à Rosas de Ouro e a todas as escolas de samba de São Paulo que são muito maiores do que as brigas e o vandalismo.

Aprovado projeto que reajusta salário mínimo regional

Foi aprovado em Plenário na quinta-feira, 23/2, o Projeto de Lei 1/2012, do Executivo, que reajusta os pisos salariais mensais dos trabalhadores do Estado de São Paulo (salário mínimo regional). De acordo com o texto, serão fixados em R$ 690 os pisos de trabalhadores domésticos, serventes, trabalhadores agropecuários e florestais e pescadores, dentre outras categorias; em R$ 700 os de operadores de máquinas e implementos agrícolas e florestais, de máquinas da construção civil, de mineração e de cortar e lavrar madeira, classificadores de correspondência e carteiros, tintureiros, barbeiros, cabeleireiros, manicures e pedicures, dedetizadores, vendedores, trabalhadores de costura e estofadores, pedreiros e outros; e em R$ 710 os de administradores agropecuários e florestais, trabalhadores de serviços de higiene e saúde, chefes de serviços de transportes e de comunicações, supervisores de compras e de vendas, agentes técnicos em vendas e representantes comerciais, além de outros.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As alegrias do Carnaval


Leci, o carnavalesco Xuxa e integrantes da Acadêmicos do Tatuapé
O Carnaval sempre fez parte da minha vida e me deu grandes alegrias. Mas este de 2012 ficará especialmente marcado em minha memória por dois grandes motivos. Primeiro porque minha vida será tema de enredo da escola de samba Acadêmicos do Tatuapé, do Grupo de Acesso de São Paulo. Segundo foi o convite que recebi para desfilar na Vai-Vai, que neste ano fará bela homenagem às mulheres com o enredo “Mulheres que brilham: a força feminina no progresso social e cultural do país”.
Ter sua história de vida retratada em um desfile de escola de samba é, em minha opinião, uma das maiores honrarias que uma pessoa pode receber, pois as escolas de samba, apesar das transformações, ainda são espaços de expressão da cultura feita pelo povo. Não bastasse isso, o convite feito a mim pelo presidente Roberto Munhoz, pelo diretor de Carnaval Erivelto Coelho e pelo carnavalesco Mauro Xuxa me encheu de orgulho, pois o desfile deste ano marca o aniversário de 60 anos de fundação da Acadêmicos do Tatuapé.
Igualmente honrada fiquei com o convite feito pela Vai-Vai. Uma das mais tradicionais de São Paulo, a escola vai novamente falar sobre superação, força e garra. Depois da homenagem ao talentosíssimo maestro João Carlos Martins, a escola elegeu a força feminina como tema de seu Carnaval deste ano. A escolha não poderia ter sido mais oportuna, pois vivemos um momento em que as mulheres estão ocupando seu merecido espaço na sociedade. O maior exemplo disso foi a eleição de nossa presidenta Dilma Rousseff.
Eu terei a honra de desfilar ao lado de Maria da Penha, mulher destemida, que é um exemplo de perseverança e superação. Também terei a alegria de dividir a passarela com Dona Guga, do Morro da Casa Verde, que vai simbolizar Tia Ciata e as grandes dirigentes dos diversos Carnavais feitos em todo o Brasil.
Mas o que realmente enche minha alma de alegria é ver uma grande escola como a Vai-Vai homenagear as milhões de mulheres brasileiras que _ como dizia o saudoso Gonzaguinha em uma de suas músicas_, “seguram a batida da vida o ano inteiro”.
Mais uma vez o Carnaval e os desfiles das escolas de samba mostram que podem ser veículos de ideias transformadoras, de beleza, de poesia e uma forma de reconhecer a história de vida de gente que faz a diferença.
Bom Carnaval!

Leci defende reivindicação de professores durante debate na Assembleia

Professores durante audiência na Alesp
A Comissão de Educação e Cultura, presidida pelo deputado Simão Pedro (PT), recebeu na quarta-feira, 15/2, professores da rede oficial de ensino, entidades de classe e o representante da Secretaria de Estado da Educação, Maurício Tuffani, para discutir a jornada extraclasse, assunto que tem entendimentos diferentes por parte do Estado e dos professores.
Enquanto o Estado, segundo o representante da secretaria, entende que se antecipou à lei e já cumpre o limite de 2/3 da carga horária para atividades em interação com alunos "ainda que inclua no cálculo os 10 minutos de intervalo entre aulas", os professores e suas entidades representativas, como a Associação dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) e o Centro do Professorado Paulista (CPP), afirmam que o cálculo correto é o previsto na lei federal 11.738/2008 (lei do piso salarial profissional nacional). Para desequilibrar esse impasse, o Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liminar à Apeoesp determinando que o Estado aplicasse de imediato a lei federal.


Falando pela Apeoesp, sua presidente Maria Izabel Noronha lembrou que o piso é uma luta de 200 anos e, agora, tornou-se realidade. Noronha declarou-se indignada pela atitude protelatória do governo paulista e anunciou que a categoria entrará em greve nos dias 14, 15 e 16 de março próximo, caso não haja nenhuma atitude do governo no sentido do cumprimento do que determina a liminar. A deputada Leci Brandão (PCdoB) defendeu a reivindicação dos professores e lembrou da importância da educação na formação das pessoas. Leci conclamou o secretário da Educação, Herman Voorwald, a ser mais receptivo com a causa dos professores, apesar de ter ressalvado o bom atendimento aos pleitos de educação em comunidades quilombolas que tem encaminhado à secretaria.
“Atualmente os professores se sentem agredidos e desvalorizados. Precisamos resgatar a dignidade dessa categoria tão importante para o desenvolvimento do nosso país”, disse Leci.

Com informações do Portal da Alesp.

Bancada do PCdoB-SP presta homenagem ao deputado José Cândido

A sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo de terça-feira (14) foi dedicada ao deputado estadual José Cândido (PT), falecido no último dia 12. Familiares e amigos de Cândido estiveram na Casa e acompanharam as homenagens feitas pelos demais deputados.

Deputado José Cândido
“Em nome da bancada do PCdoB quero deixar registrado nossas condolências aos familiares e amigos que perderam um homem íntegro e com grande sensibilidade social. Nossos pesares também a bancada do PT que perdeu um grande companheiro, um aguerrido defensor dos direitos humanos e que combatia com veemência toda e qualquer discriminação”, falou o deputado estadual Pedro Bigardi, líder do PCdoB.
O parlamentar relembrou uma das últimas conversas que teve com o deputado José Cândido. “Sentei ao lado dele no plenário e comentei que estava muito cansado e ele com toda sua simplicidade me falou ‘Eu também estou, nós cansamos mais porque nos preocupamos com as coisas, queremos fazer direito, diferente daqueles que não se importam, então não se cansam tanto. Esse era o Zé Cândido engajado na luta por um país mais justo a todos. Um homem de bem, como ressaltado pelos demais deputados”, recordou Bigardi.
Para a deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), que integra a Comissão de Direitos Humanos da Casa, os movimentos sociais, o movimento negro e todas as pessoas comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa perderam um grande aliado. “Na Assembleia Legislativa de São Paulo, José Candido liderou a Comissão de Direitos Humanos, a Frente de Promoção da Igualdade Racial e ajudou a mobilizar esforços em defesa do meio ambiente e dos movimentos sociais. Homem íntegro, sua trajetória de vida sempre será lembrada como exemplo de luta contra as desigualdades".
Em discurso emocionado, Adriana Cândido, filha do deputado, relembrou as muitas lutas de seu pai. “Todas as pessoas têm direito a moradia digna, salário justo, saúde, educação, lazer, e só podem alcançar tudo isso se houver compromisso por parte dos que foram eleitos. E ele fez muito bem a sua parte. A sabedoria deste homem era tamanha que até seus adversários políticos o chamam de mestre, e um legado como o dele, meus caros, jamais poderá ser esquecido. Meu mestre está morto”.
Adriana agradeceu as homenagens feitas ao pai na Assembleia Legislativa. “Em nome de toda minha família agradeço por tudo e peço que honrem as cadeiras de deputado como ele sempre honrou”, completou.
O deputado estadual José Cândido estava internado desde o dia 12 de janeiro, após uma parada cardíaca ocorrida durante uma cirurgia para remoção de pedra na vesícula.
José Cândido tinha 69 anos, era casado com Laura Lourenço Cândido e deixou seis filhos e cinco netos, seu filho Marcelo Cândido é prefeito de Suzano.
Por Eliane Silva Pinto, da Assessoria de Comunicação Deputado Estadual Pedro Bigardi (PCdoB/SP)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Campanha salarial do Sintratel tem desfecho vitorioso



O resultado das negociações salariais deste ano foi positivo para os trabalhadores de Telemarketing. O piso salarial foi para R$ 630, com um reajuste de 15,6%. O reajuste para os demais salários tem como base a reposição da inflação de 6,5%. Num período de inflação baixa, o reajuste do setor foi superior ao da maioria das categoria.
Em novembro de 2011, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo realizou, a pedido da deputada Leci Brandão, audiência pública que tratou da regulamentação da categoria dos trabalhadores de telemarketing. O objetivo foi discutir os problemas e especificidades dos trabalhadores da área e sensibilizar os parlamentares paulistas para a necessidade de regulamentação da profissão.
Saiba mais sobre a convenção no site WWW.sintratel.org.br

Direitos Humanos apura suposto ato racista na Escola Internacional Anhembi Morumbi

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais, presidida pelo deputado Adriano Diogo (PT), se reuniu nesta terça-feira dia 14/2 com a finalidade de ouvir os envolvidos em possível caso de racismo no Colégio Internacional Anhembi Morumbi praticado contra a ex-estagiária Ester Elisa da Silva Cesário, que teria sido repreendida por usar os cabelos crespos soltos e coagida a alisá-los. O diretor-geral da escola, Marco Gregório, leu declaração oficial e alegou surpresa e espanto ao tomar conhecimento do caso, pois, segundo ele, não ocorreu assédio ou discriminação na escola e, além desse caso, não existe nenhum tipo de ação na Justiça que envolva racismo. Quando questionado a respeito de qual atitude a escola irá tomar, afirmou que foi feita investigação interna para apurar o caso.
Após o relato do diretor, Ester contou sua versão da história, desde de como foi o processo de contratação até o dia em que ocorreu o fato. "Fui contratada com o meu cabelo solto e a minha cor e ninguém falou nada, até o momento em que me encontrei com a diretora", disse. Segundo ela, a diretora afirmou que o padrão da escola era cabelo liso e pediu que prendesse.


Adriano Diogo, Margareth Barreto e Leci Brandão
 Em relação ao andamento jurídico do caso, a delegada Margareth Barreto afirmou que o inquérito em andamento foi instaurado no mesmo dia em que Ester fez o boletim de ocorrência. Até o momento sete pessoas foram ouvidas.
A conselheira da escola, Mercedes Vieira, respondeu algumas questões levantadas pelos deputados presentes, por exemplo, quantos funcionários e alunos negros existem na escola, se de fato houve o ato de racismo, e se foi uma questão pessoal, entre outras. "A escola não tem nenhum tipo de preconceito. Tenho 25 anos de casa e nunca existiu nenhum caso. Somos educadores, não admitimos esse tipo de coisa.

Deputada Leci Brandão e Ester Elisa Silva Cordeiro 

Acredito que tenha sido uma falta de simpatia entre as duas pessoas", argumentou.
A deputada Leci Brandão (PCdoB) fez um requerimento oral para que a diretora compareça à Casa, o deputado Marco Aurélio de Souza (PT) pediu uma cópia dos autos da sindicância interna realizada na escola e o deputado João Paulo Rillo (PT) solicitou que fossem encaminhadas para a secretaria da comissão todas as normas da escola.

Fonte: Portal Alesp

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

O Brasil perde um grande cidadão

Venho manifestar o meu pesar pelo falecimento do deputado José Cândido. Os movimentos sociais, o movimento negro e todas as pessoas comprometidas com a construção de uma sociedade mais justa perderam um grande aliado.

Deputado José Cândido
 Na Assembleia Legislativa de São Paulo, José Candido liderou a comissão de direitos humanos, de igualdade racial e ajudou a mobilizar esforços em defesa do meio ambiente dos movimentos sociais. Homem íntegro, sua trajetória de vida sempre será lembrada como exemplo de luta contra as desigualdades.
Que Deus o abençoe!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A música brasileira está de luto

Hoje a música brasileira e o público, principalmente o feminino, tiveram uma grande perda com a morte do cantor e compositor Wando, aos 66 anos de idade. De família humilde, Wando foi feirante e motorista de caminhão e se tornou um artista consagrado que gostava de cantar o amor e a sedução.

Autor de grandes sucessos, as músicas de Wando foram gravadas por nomes como, Jair Rodrigues, Roberto Carlos e Ângela Maria.

A elegância com que tratava todos com quem se relacionava fez com que ele se tornasse uma das poucas unanimidades do meio artístico. Era querido por todos.

O romantismo era sua marca e, diferentemente dos sucessos descartáveis que proliferam atualmente nas rádios, as músicas do Wando não subestimavam as mulheres. Ele falava de prazer e de sedução com elegância.

Com a perda de Wando, hoje a música brasileira ficou menos romântica.

Vá em paz Wando! Que Deus ilumine sua alma!